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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O PROFESSOR E A MÃE

            Como professor, e já tendo uma vasta experiência docente em escolas públicas e privadas de nível médio e superior, resolvi fazer um paralelo entre as atividades de mãe e de professor. Isso se deu por conta da observância de as atividades relacionadas a essas duas importantes funções sociais  seguirem caminhos semelhantes em relação aos fazeres e à resposta da sociedade de uma forma geral.
            A mãe é quem acompanha seus filhos desde a fecundação até a morte. Durante esse período, muito investimento é feito com noites insones e, muitas vezes, esforços sobre-humanos para acompanhar e dar limites durante o desenvolvimento de seus filhos. Sempre estimulada a se desdobrar em atenção a sua cria, a mãe é exaltada por toda a esfera social como exemplo de amor e dedicação, não existindo alguém capaz de fazer par à sua dedicação aos humanos, representados por seus filhos. Essa dedicação sem troca ou interesse é uma exceção em relação a outros trabalhos dedicados aos humanos, como o serviço médico que tantos benefícios traz para os humanos, mas que tem recompensa pecuniária.
            O professor entra em atividade, em relação aos humanos, a partir da primeira infância, dando continuidade à formação social e à intelectual formal, complementando o aprendizado das atividades diárias e o comportamento iniciado pelos pais. Esse trabalho é continuado também até a terceira idade ou até quando existirem. Durante todo o decurso de sua vida acadêmica, o professor utiliza o tempo extraclasse para a preparação de suas aulas ou em cursos de atualização e poucas vezes deixam de entrar noite a dentro em pesquisas e estudos que venham a melhorar seu desempenho na sala de aula. Com a função precípua de educar socialmente, não raras vezes são agredidos pelos seus discípulos quando se sentem tolhidos em suas atitudes de desrespeitos e má conduta acadêmica. Movido pela qualificação da profissão que enseja respeito e reconhecimento de seus discípulos e da sociedade, os professores procuram investir cada vez mais em seus conhecimentos, frequentando cursos de pós-graduação e congressos que os levem a melhorar as suas aulas.
            Afora todo o paralelo descrito, notamos, particularmente, que as atividades da mãe e do professor não são recompensadas pela sociedade: os professores, com péssimos salários comparados com outras profissões liberais, principalmente quando na esfera do emprego estatal; as mães, as grandes representantes femininas, sem ajuda às suas necessidades durante a gravidez, nem da sociedade e nem do estado que as identifica como uma vivente e não um ser multiplicador da espécie, acolhedor de todos.
            Esses comentários estão estabelecidos àqueles que cumpriram e cumprem seus papéis com dedicação e responsabilidade, fazendo surgir bons frutos no pomar de humanos.

Um comentário:

  1. Suas palavras se traduz em uma boa metáfora. O professor pode se comparar a mãe pela experiência que media com os filhos, como também pode ser comparado ao filho por suas curiosidades e descobertas. Nesse sentido professor é isso: um eterno ser em desenvolvimento (inconcluso)...Abração!

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